Joseph Hart nasceu em uma família completamente trouxa, e
por isso não soube que era bruxo até que fez onze anos de idade e recebeu sua
carta de Hogwarts. Ele é fruto de uma família feliz, nada de todo aquele drama
que os bruxos nascido-trouxas geralmente contam.
Tem um pai, uma mãe e dois irmãos mais novos. Eles vivem
juntos em uma bela casa amarela em uma vila no interior da Inglaterra. Não são
ricos.
Joe mantém um relacionamento saudável com seus irmãos, os
gêmeos Josiah e Joshua. Eles implicam entre si, discutem, mas nada que uma bela
bronca da senhora June Hart não resolva. E bota bronca nisso! Não é fácil ser
mãe de três garotos enérgicos e um tanto rebeldes.
Todos os integrantes da família Hart começam com a letra J.
Foi uma grande coincidência no início, mas depois foi transformada em tradição.
Joe Hart é na verdade Joseph Hart V, o quinto na família com este nome.
Sua infância foi normal, embora nem um pouco tranquila.
Corridas no quintal, piques e outros tipos de jogos eram tradições diárias, e a
implicância com os gêmeos também. Era uma questão de honra fazer besteira e
colocar a culpa nos dois. Não que desse certo, aqueles pestinhas eram mestres
em se livrar da culpa.
Joe sempre foi muito inteligente. Desde pequeno adorava
pegar livros na pequena biblioteca pública e lê-los até não poder mais. Seus
pais nunca tiveram dinheiro para lhe comprar livros, então tivera de se
contentar em pegar emprestado.
Talvez pela sua paixão pela leitura e pelo aprendizado, o
chapéu seletor de Hogwarts tenha colocado-o na Corvinal. Não que ele tenha
achado ruim, até o contrário. Não havia uma outra casa em Hogwarts que Joe
gostaria de estar.
Ser um bruxo foi na verdade um sonho realizado, já que seus
livros preferidos eram os que tinham alguma coisa sobre magia. Na verdade, Joe
costumava desejar ser um bruxo quando soprava as velas nos seus aniversários.
Seus irmãos adoravam interrompê-lo no ponto mais divertido
da leitura, apenas para irritá-lo. Geralmente dava certo, e Joseph Hart Sr. era
obrigado a brigar com todos os três para que a bela casa amarela voltasse a ter
paz.
Em seu primeiro ano em Hogwarts, Joe conheceu Katherine
Potter e se apaixonou por aqueles profundos olhos castanhos. É claro que
naquela época ele era muito novo para conhecer os sintomas, ou definir o
sentimento.
Os meses se passaram e ele se tornou um tanto popular. Nos
seus primeiros exames tirou as notas máximas. Esforçou-se para tanto, apenas
para ter o prazer de ver o brilho de orgulho nos olhos dos pais ao perceber o
que o filho se tornara. As matérias eram legais, e ele gostava tanto de ler que
não fora um sacrifício tão grande.
Nas férias, foi o herói dos seus irmãos. “Joe, consegue
levitar esta folha?” “Hey, Joe, consegue fazer isso aqui desaparecer?” “Eles te
ensinaram a fazer poções com olho de salamandra e perna de aranha?” E todas as
perguntas criativas que só garotos de nove anos são capazes de pensar. Ele não
podia usar magia fora da escola, é claro, mas era divertido contar histórias
sobre o que ele fizera.
Em seu segundo ano ele ganhou um gato. Um gato preto
filhote, mas foi a maneira que seus pais arranjaram de mostrar que estavam
orgulhosos pela nota. Ele deu o nome de “the king of cats” algo como o rei dos
gatos em português, mas acostumou-se a chamar o gato apenas de king.
Eles formaram um laço forte, e por muito tempo, king
seguia-o por onde quer que fosse. Depois de alguns meses é que aprendeu a ser
mais independente.
Foi neste ano que ele se aproximou mais de Katherine, e
descobriu que ficar com as mãos suadas e sentir seu coração acelerar perto da
garota era absurdamente comum, pelo menos para ele. Pensava nela com mais
frequência do que seria aconselhável, e só no final do ano tomou coragem para
pedi-la em namoro. Foi no dia do seu aniversário de treze anos.
O grande problema era que Joe se sentiu inadequado pela
primeira vez na vida. Kath era rica, grifinória, sangue puro e muito bonita.
Ele era apenas... Joe. O namoro durou apenas alguns meses, pegando o final do
segundo ano e o início do terceiro. Ele terminou com ela, porque achava que ela
tinha o direito e poderia conseguir alguma coisa melhor.
Foi nesta época que começou a andar com outras garotas.
Chamava-as para sair com muita frequência e podia ser encontrado beijando-as
com mais frequência ainda. Era uma maneira de mostrar para Kath que ele seguira
em frente e que ela tinha que seguir também.
Não que ele tivesse seguido.
Nem por um momento parou de pensar nela, ou no tempo que
passaram juntos. O que ele mais sentia falta era poder olhar nos olhos dela e
saber que aquele olhar apaixonado era dirigido a ele.
Aquelas férias foram as piores da sua vida. Ele ficou
mal-humorado e irritadiço. Arranjou mais confusões que o necessário com seus
irmãos. Discutiu com os pais por motivos bobos. Reclamou de tudo.
Foi só no início das aulas que a situação melhorou um
pouco. Vê-la tão de perto era muito bom. Fazia-o lembrar-se dos momentos que
passaram juntos. Tiveram um encontro acidental durante a noite no banheiro
interditado e ele quase a beijara. Eles ficaram em um chove não molha por algum
tempo, até que Kath conseguiu um outro namorado.
Joe nunca sentira tamanho ciúme em sua vida. O estopim fora
quando em uma tarde em Hogsmeade, ele vira-a com Santos. Eles brigaram – e como
brigaram! – até que Joe saiu com o nariz sangrando. Sua acompanhante tivera que
levá-lo até a Ala Hospitalar, e prometeu nunca mais olhar na cara dele.
Joe e Kath ficaram sem se falar ou mesmo se olhar até que um
amigo dele obrigou-o a se resolver, inventando um assunto importante que ele
tinha que falar com Kath; Foi assim que ele pediu-a em namoro novamente,
transformando Matthew em sua pessoa favorita.